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Eclusa Agua Clara do Canal do Panamá – Foto ACP

A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes – ITF manifestou suas preocupações com a segurança das novas eclusas do Canal do Panamá em meio ao que considera uma ameaça crescente de privatização nas operações de navegação. A ITF também criticou a ACP por ignorar as sugestões feitas em um estudo encomendado à Fundação Homem do Mar (FHM) que levantou sérias preocupações em relação à segurança e à capacidade de manobra de rebocadores ao guiar navios através das novas eclusas.

A ITF fez o alerta durante uma reunião de lideranças sindicais ocorrida no Panamá, na última sexta-feira. A Federação diz que a Autoridade do Canal do Panamá (ACP), agência do governo responsável pela operação e gestão do Canal, ignorou as advertências sobre o tamanho da frota de rebocadores necessária para operar as novas eclusas, apelando agora para que empresas privada e anti-sindicais preencham a lacuna. A ITF diz que a ACP também tentou terceirizar outras áreas, como os serviços de emergência e de ambulâncias.

Durante entrevista coletiva, o presidente da ITF, Paddy Crumlin, comentou: “A verdade é que o que a ACP fez com essas empresas privadas de rebocadores é, evidentemente, parte de um plano maior para privatizar muitos dos serviços oferecidos pelo Canal. Essa privatização foi condenada justamente por nossos sindicatos membros do Panamá, que estão bem cientes dos riscos de acidentes e das incertezas que ela está gerando entre os trabalhadores do Canal “.

Ivan de la Guardia, coordenador da ITF para o Panamá e secretário-geral do Panama’s Tugboats Masters and Mates Union, sindicato que representa os pilotos do Canal, disse: “As tripulações desses rebocadores contratados não têm o mesmo conjunto de habilidades que foi adquirido pelo pessoal do Canal por meio de treinamento intensivo e anos de experiência. ”

Ivan acrescentou:”A ACP quer eliminar os sindicatos completamente. Não há meio de o Canal atender aos clientes como anunciado e aumentar seu tráfego diário total, a menos que a frota de rebocadores aumente tanto em unidades quanto em pessoal. Até a presente data não houve qualquer iniciativa da ACP para contratar Oficiais de rebocadores, ou para comprar ou afretar quaisquer novos rebocadores. Ou ela adquire todos esses recursos ou o Canal não será explorado a plena capacidade. A resposta não parece ser outra senão a terceirização. É preciso pelo menos um ano para treinar e alocar um oficial de rebocador no Canal. Trabalhadores de rebocadores estão sendo explorados e sobrecarregados brutalmente para fazer face às despesas. Todos esses fatores apontam para uma violação grave da integridade da operação e um rebaixamento significativo da segurança de navegação através do nosso canal.”

Fonte: GCaptain

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